sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tempo para viver?!...

Costumo dizer que é um circulo vicioso: para termos tempo, temos que ter dinheiro; para termos dinheiro, temos que trabalhar; para trabalhar, temos que ter tempo; para termos tempo, temos que ter dinheiro... e assim, sucessivamente, retornamos ao início do círculo!... Onde fica o tempo para viver?!?!... Qual é o sentido de (só) trabalhar para viver se... não temos tempo para VIVER??! A velocidade que o quotidiano fez a vida ganhar, atropela-nos e esmaga-nos contra a parede do tempo implacável, que não pára de rodar e continua e continua, sem se importar se estamos, ou não, a acompanhar a dança!
Ouço muitas vezes a frase - à qual, by the way, ganhei aversão - "É a vida..."! Esta frase está para o que buscamos e teima em fugir-nos das mãos, como os fenómenos paranormais estão para os crentes. Não há justificação lógica/racional, blame it on supernatural! Não conseguimos alcançar o que buscamos/desejamos, "É a vida!". Pois eu sou céptica! Por que é que tem de ser "A vida..."?! Porque é que tem de ser assim?! Por que não canalizar as energias para "o objecto" em vez de para "o caminho"?! Há quem não acredite - e eu também não sei se assim é mas, isso é outra questão - que só se vive uma vez. Eu, acredito que sim... com as devidas margens de erro... Como tal, na minha mortal opinião, nada como aproveitar a "pequena" porção de tempo que nos é concedida pela Natureza para desfrutar da sua magnificência e do privilégio de ser uma ínfima parte do seu todo, com direito a poder deixar - de preferência positiva - marca para a posteridade! Já que este nos é (foi) concedido, é mais que uma obrigação tentarmos tirar o máximo partido e tentar alcançar algo que nos dê prazer, que nos faça acordar e sorrir para o dia, mesmo que o Sol esteja por trás das nuvens. Que nos faça sentir que fazemos a diferença, que não somos apenas mais um... E não, simplesmente resignarmo-nos ao que nos "aparece à frente" porque, "É a vida!"
É verdade que, o tempo não dá tempo para fazermos tudo o que queríamos ter tempo de fazer... Aliás, ninguém dá nada a ninguém, por que daria o Sr. Tempo?! Nós é que temos que conquistá-lo, fazê-lo esticar, prolongar-se para além do que é temporalmente possível. E ele é tão escasso que, por isso mesmo, há que aproveitá-lo ao máximo! É precioso demais para que o não usemos em prol da nossa felicidade, procurando então o que nos realize, o que nos preencha e faça sentir vivos e não apenas sobreviventes...

domingo, 13 de abril de 2008

Vivam as cores que nos avivam!!


Parece que finalmente, este pequenino Paraíso à beira-Mar plantado, começa a descobrir a cor!! Apelidado de país cinzentão - com certeza pelas pessoas, não pela paisagem, definitivamente! - começa a aderir à cor! Por aqui e por ali, já se notam salpicos cromáticos de vida que mexem com os estados de espírito. E isto é tão evidente, porquê a demora a concluir?!?! A cor dá vida! A cor É vida!! Tem o poder de, mesmo que na realidade assim não seja, nos tornar "felizes". Mesmo que por momentos, por um dia, nos elevar a moral, nos colocar para cima, sentir que podemos mudar as coisas, o Mundo, dar-nos força!!
Para quem não sente assim, ou não acredita que assim é, é difícil ter a percepção do quão é real e efectivo! E não sou eu que o digo - e não fui ler a algum livro ou em algum site, que é mais comum hoje em dia, onde esta evidência não seria dificil de encontrar - é o meu interior. São os exemplos que vejo e ouço (também) à minha volta. Chegam para o "comprovar".
Por todo o lado, já pode ver-se locais públicos pintalgados de cores que transmitem energia, paz, força, tranquilidade, vigor, serenidade... O que não acontecia há não muito tempo. Como em tudo, o receio de arriscar, de ser diferente (acredito), que caracteriza o típico português, toldava esta visão. Até que, algum dia, alguém "se chega à frente". E aí, quando se vê que outros "fazem", quando se constata que resulta, então o sinal fica verde para "nós" avançarmos... também!
Sendo o preto ausência de cor e o branco a junção de todas elas mas, que nenhuma nos deixa perceber, é óbvio que não são personagens desta paleta que falo. Necessárias, como tudo o que existe - mas, em alguns casos não percebemos bem para quê, como as melgas... - na minha paleta, caem apenas num eventual apontamento esporádico.
Necessárias como a luz, que lhes permite a existência, as cores, concedem aos dias um brilho especial que serve de tónico para os caminhos que temos de percorrer... dia após dia.
Curioso; hoje, enquanto escrevia estes pensamentos soltos, falavam precisamente disto nas notícias.
Que venham para ficar!!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Isto de comunicar...


Engraçado... eu, que não ligava nada a "isto"- pode dizer-se até que tinha uma pontinha de aversão - agora também me perco por aqui... como não hão-de outros perder-se?! Se eu, que era tão anti... Até já sei fazer uma coisa destas... um BLOG!! Nada de complicado, diga-se de passagem. Os senhores foram amigos e facilitaram a vida aos leigos!
Resolvi inventar um também, é! Se anda toda a gente por aqui, assim chego a mais gente. Entro dentro das suas - vossas - casas sem precisar entrar, conhecemo-nos sem nos conhecer...
É interessante este mundo, dou a mão à palmatória. Mas, também castrador; é um hiper veículo de comunicação, já ninguém vive aparte dele mas, ao mesmo tempo, faz com que (as) pessoas se fechem em casulos, abastraindo-se de tudo à volta, chegando mesmo a levantar grandes voos visualmente imperceptíveis aos outros mas, tão reais que chegam a dar a sensação de levantarmos os pés do chão e viajar por universos longínquos, só nossos... Pois, também já andei por lá.
É certo que pode falar-se, comunicar-se até com um esquimó do outro lado do planeta mas, se calhar nunca vamos chegar a vê-lo ao vivo - porque a cores também é possível - saber se o seu aperto de mão é firme ou "gelatinoso" ou, no caso, se a ponta do seu nariz é gelada como o sítio onde mora ou quentinha como dizem ser o interior de um iglô!! E nem é preciso irmos tão longe; outro dia recebi um mail que ilustra bem o que estou a falar. Um casal teclava, trocando piropos e confessando desejos ardentes, um para com o outro, maldizendo ao mesmo tempo a sorte que tinham nos respectivos companheiros que a vida lhes tinha arranjado, sem saberem que os respectivos, eram eles próprios...
Podemos comunicar facilmente com alguém do outro lado do Mundo ou, com o vizinho do lado a quem nunca dizemos "Olá!" e a quem teríamos dificuldade em reconhecer se nos cruzassemos noutro sítio que não o elevador do nosso prédio e, se calhar, até é o nosso melhor amigo sem sabermos. Mas, tudo isto virtualmente falando porque, quando implica um contacto directo, a coisa é diferente!!
Já tenho falado isto com outras pessoas; é curioso como, facilmente respondemos a alguém que nos interpela num chat, num hi5 e, se isso acontecer na rua, ao vivo, somos capazes de lançar um olhar de soslaio como quem diz "Are you tokin'me?!" e voltar a cara na esperança de não sermos mais incomodados. E estas pessoas são as mesmas que andam por "aqui"... Porque elas andam todas por aí...
A comunicação "in loco" perde terreno para a virtual, como o vinil perdeu há uns anos para o cd. Mas, ele não se extinguiu por completo... o que pode ser um bom presságio... até há quem continue a preferi-lo e quem esteja a redescobri-lo e até descobri-lo pela 1ª vez... E o som tem aquele sabor, aquela magia, aquele poder de se misturar que qualquer DJ bem sabe, que um cd não tem... (e que eu espero também vir a saber um dia... mas, isso é outra história)
O calor das pessoas, das palavras, das emoções não se sente através das teclas... por mais que se tente ou imagine...