sábado, 26 de janeiro de 2008

Isto de comunicar...


Engraçado... eu, que não ligava nada a "isto"- pode dizer-se até que tinha uma pontinha de aversão - agora também me perco por aqui... como não hão-de outros perder-se?! Se eu, que era tão anti... Até já sei fazer uma coisa destas... um BLOG!! Nada de complicado, diga-se de passagem. Os senhores foram amigos e facilitaram a vida aos leigos!
Resolvi inventar um também, é! Se anda toda a gente por aqui, assim chego a mais gente. Entro dentro das suas - vossas - casas sem precisar entrar, conhecemo-nos sem nos conhecer...
É interessante este mundo, dou a mão à palmatória. Mas, também castrador; é um hiper veículo de comunicação, já ninguém vive aparte dele mas, ao mesmo tempo, faz com que (as) pessoas se fechem em casulos, abastraindo-se de tudo à volta, chegando mesmo a levantar grandes voos visualmente imperceptíveis aos outros mas, tão reais que chegam a dar a sensação de levantarmos os pés do chão e viajar por universos longínquos, só nossos... Pois, também já andei por lá.
É certo que pode falar-se, comunicar-se até com um esquimó do outro lado do planeta mas, se calhar nunca vamos chegar a vê-lo ao vivo - porque a cores também é possível - saber se o seu aperto de mão é firme ou "gelatinoso" ou, no caso, se a ponta do seu nariz é gelada como o sítio onde mora ou quentinha como dizem ser o interior de um iglô!! E nem é preciso irmos tão longe; outro dia recebi um mail que ilustra bem o que estou a falar. Um casal teclava, trocando piropos e confessando desejos ardentes, um para com o outro, maldizendo ao mesmo tempo a sorte que tinham nos respectivos companheiros que a vida lhes tinha arranjado, sem saberem que os respectivos, eram eles próprios...
Podemos comunicar facilmente com alguém do outro lado do Mundo ou, com o vizinho do lado a quem nunca dizemos "Olá!" e a quem teríamos dificuldade em reconhecer se nos cruzassemos noutro sítio que não o elevador do nosso prédio e, se calhar, até é o nosso melhor amigo sem sabermos. Mas, tudo isto virtualmente falando porque, quando implica um contacto directo, a coisa é diferente!!
Já tenho falado isto com outras pessoas; é curioso como, facilmente respondemos a alguém que nos interpela num chat, num hi5 e, se isso acontecer na rua, ao vivo, somos capazes de lançar um olhar de soslaio como quem diz "Are you tokin'me?!" e voltar a cara na esperança de não sermos mais incomodados. E estas pessoas são as mesmas que andam por "aqui"... Porque elas andam todas por aí...
A comunicação "in loco" perde terreno para a virtual, como o vinil perdeu há uns anos para o cd. Mas, ele não se extinguiu por completo... o que pode ser um bom presságio... até há quem continue a preferi-lo e quem esteja a redescobri-lo e até descobri-lo pela 1ª vez... E o som tem aquele sabor, aquela magia, aquele poder de se misturar que qualquer DJ bem sabe, que um cd não tem... (e que eu espero também vir a saber um dia... mas, isso é outra história)
O calor das pessoas, das palavras, das emoções não se sente através das teclas... por mais que se tente ou imagine...